O gerenciamento de áreas contaminadas (GAC) no Brasil deve seguir as etapas preconizadas em nível federal pela Resolução Conama 420/2009 e em nível estadual (SP) pelo Decreto Estadual 59.263/13 e Decisão de Diretoria 38/2017. As fases do gerenciamento incluem as etapas de identificação, diagnóstico e intervenção ambiental.

As atividades desenvolvidas nas etapas de diagnóstico dão origem ao modelo conceitual do site (MCA), que é uma ferramenta de planejamento que organiza as informações que já foram obtidas sobre a área de interesse e que identifica as informações adicionais necessárias para apoiar as decisões de forma a se atingir os objetivos do projeto.

As etapas de identificação e diagnóstico são usualmente conduzidas no Brasil por métodos de investigação convencionais, adaptados de ferramentas advindas da geotecnia, que não conseguem proporcionar a compreensão dos aspectos físicos e geoquímicos da área de interesse e necessários para se obter sucesso nas fases de identificação e diagnóstico e, consequentemente, de remediação.

Além disso, em função principalmente da falta de planejamento e visão de médio e longo prazo de gerenciamento, muitas vezes essas etapas são negligenciadas, ocasionando uma má caracterização da área contaminada (AC).

Investigações inadequadas acarretam um modelo conceitual subestimado, ocasionando um mau gerenciamento ambiental da área e o não atendimento das legislações vigentes. Dessa forma, é importante recorrer às abordagens e técnicas de investigação mais eficientes e desenvolvidas especificamente para o Gerenciamento de áreas contaminadas (GAC), a exemplo das técnicas de investigação em alta resolução (High Resolution Site Characterization – HRSC).

As técnicas de HRSC incluem o uso de ferramentas de coleta de dados em tempo real e mais precisas, quando comparadas com a investigação convencional, e possibilitam a utilização de medições padronizadas e alta densidade de amostragem, mais apropriadas à complexidade do site e da contaminação, diminuindo os níveis de incerteza, no que diz respeito à definição das distribuições dos contaminantes e do contexto do meio físico no qual estão presentes. Com um grau de incerteza menor, consegue-se subsidiar uma remediação mais rápida e eficaz.

HRSC é uma prática que faz parte da abordagem de gerenciamento de áreas contaminadas desenvolvida pela Agência de Proteção Ambiental Americana (USEPA) chamado de Triad Approach (Abordagem Triad), cujo objetivo é gerenciar as incertezas, aumentando a confiança de que as decisões do projeto, relacionadas à presença de contaminantes, localização, destino, exposição e opções para redução do risco, sejam feitas de forma correta, economicamente viável e efetiva.

O MCA é o produto primário da fase de diagnóstico da Abordagem Triad e é a base fundamental para qualquer tomada de decisão realizada no gerenciamento de uma AC.

Os elementos da Abordagem Tríade são:

  • Planejamento sistemático ou estratégico, para garantir a confiabilidade das tomadas de decisão;
  • Estratégias dinâmicas de trabalho, para permitir que os projetos sejam realizados da forma mais rápida e com menor custo, o que não seria alcançado com o uso de métodos tradicionais de gerenciamento de ACs;
  • Uso de tecnologias de medição em tempo real, o que torna as estratégias de trabalho mais dinâmicas, e dá suporte a tomadas de decisão em tempo real.

As técnicas de HRSC fazem parte do terceiro vértice da abordagem tríade.

O objetivo principal das técnicas de HRSC é identificar de forma rápida e eficiente as áreas impactadas, permitindo que as ações futuras e decisões sobre a remediação da área sejam feitas de forma mais efetiva.

Existem diversas sondas de HRSC que podem ser acopladas a hastes cravadas à percussão no subsolo (técnica Direct Push) e que integram em uma única sondagem diversas tecnologias, como por exemplo: Membrane Interface Probe (MIP), Hydraulic Profiling Tool (HPT), Optical Image Profiler (OIP) e a Condutividade Elétrica (EC).

Essas sondas com inúmeros sensores conjugados permitem avaliar com precisão a posição e intensidade de diversas fontes de contaminação advindas de diversos tipos de óleos, combustíveis e solventes, ao mesmo tempo que registram os meios físicos nas quais tais contaminações se encontram, tanto em zona vadosa como em zona saturada dos aquíferos, como se fosse laboratório de campo de resposta rápida.

O uso integrado dessas informações, em tempo real, permite a tomada de decisões no campo baseada em dados confiáveis, reduzindo mobilizações e priorizando os recursos de inteligência em porções efetivamente necessárias.

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